Tatiana Motta, diretora de Articulação e Comunicação do Corredor Ecológico do Vale do Paraíba, participou nos dias 1º e 02 de junho do Seminário “Oportunidades Econômicas no Contexto das Mudanças Climáticas”, realizado na cidade do Rio de Janeiro, pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, em parceria com a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) e o Museu do Amanhã.
Com enfoque estratégico na restauração de paisagens e florestas como uma das bases do novo modelo de desenvolvimento econômico, o evento abordou sete temas: Agricultura de Baixo Carbono, Bioenergia, Código Florestal, Cooperação Internacional, Economia da Floresta Tropical, Restauração e Valoração e Serviços Ecossistêmicos. Todos os temas fazem parte da frente de trabalho da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que é uma iniciativa formada por associações empresariais, empresas, organizações da sociedade e indivíduos interessados pelos temas.
Segundo Tatiana, o mote do evento é relevante para o funcionamento do Corredor Ecológico, uma vez que a equipe está cada vez mais convencida do potencial econômico das florestas nativas, principalmente como fator de convencimento de proprietários rurais a adequarem suas propriedades ao novo Código Florestal com possibilidade de geração de renda. “Os produtos não madeireiros, como frutíferas e óleos, estão ganhando espaços relevantes no mercado brasileiro, além do que existem muitas espécies madeireiras que ainda não são bem exploradas comercialmente. O fato é que precisamos desenvolver em nosso país um sistema de extração desses recursos que possa coexistir com o aumento da cobertura vegetal e sua diversidade, bem como sua proteção. É perfeitamente possível”, explica a diretora ao ressaltar que este é o mercado do futuro e o Brasil tem todas as condições de ser o líder global desse sistema.
Quando perguntada sobre qual é a relevância de um evento como o Seminário “Oportunidades Econômicas no Contexto das Mudanças Climáticas” para a realidade do Vale do Paraíba, Tatiana explica que a região está na mira de investidores nacionais e internacionais, principalmente após o Acordo de Paris, no qual o Brasil se comprometeu internacionalmente com a meta de reflorestar 12 milhões de hectares nos próximos anos. “O Vale do Paraíba é uma das regiões escolhidas para contribuir com a meta nacional e que apresenta grande potencial para o sucesso”, comenta Tatiana.
Posicionado no eixo Rio-São Paulo, o Vale do Paraíba é uma região estratégica e com vocação madeireira, o que acaba chamando a atenção dos investidores interessados no desenvolvimento de projetos pilotos de restauração florestal. Além disso, por estar inserido no bioma Mata Atlântica, o Vale possui duas das maiores riquezas do planeta: a Serra da Mantiqueira e a Serra do Mar.
De acordo com o planejamento estratégico da paisagem, desenvolvido pelo Corredor Ecológico em 2010, é preciso reflorestar 6 mil hectares de florestas nativas para reconectar 150 mil no Vale do Paraíba. “Parece pouco diante da meta nacional, mas o esforço tem que se concentrar nesses números para conseguirmos o suficiente para manter nosso clima estável e nossa biodiversidade protegida”, explica Tatiana ao reforçar que tais ações propostas pelo projeto podem ser potencializadas se municípios e governos dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro se unirem.
Tatiana afirma que sua participação no evento foi importante, pois este acabou por fornecer informações de pesquisas e experiências internacionais e nacionais que corroboram o trabalho realizado pelo Corredor Ecológico. “(...) estamos no caminho certo para o reflorestamento no Brasil”, conclui a diretora.