O Brasil é o principal mercado para produção de energias renováveis na América Latina e um dos mais importantes do mundo, porém quase 90% da energia gerada no Brasil ainda advêm das hidrelétricas, uma fonte que gera debates sobre a sua real capacidade de ser chamada de “renovável”.
Uma fonte de energia é classificada como renovável e sustentável quando não libera poluentes ou atrapalha o sistema ambiental em seu entorno, diferindo, por exemplo, dos combustíveis fósseis ou da energia nuclear, que causam danos diretos e perigosos ao ambiente.
As hidrelétricas não geram liberação de gases tóxicos realmente danosos, nem geram riscos de contaminação eminente ao solo ou ao ambiente, porém a instalação de uma hidrelétrica modifica o curso do rio e todo o ciclo de vida que se encontra em seu entorno, incluindo flora, fauna e vida humana.
A instalação da Usina de Belo Monte, no Pará, por exemplo, foi, e ainda é, bastante polêmica, devido aos impactos causados ao local, principalmente para a população ribeirinha. Tais impactos podem ser considerados danos direitos a essas comunidades, já que essas vivem e tiram seu sustento da paisagem afetada. Além de consequências sociais, mexer no curso de um rio traz drásticas modificações nas relações entre os seres vivos locais, podendo causar um desequilíbrio a longo prazo naquele habitat.
No entanto, a grande discussão é sobre os usos da água: a população depende da água para a sua sobrevivência, incluindo a demanda exorbitante de água das grandes cidades; para a irrigação de plantações; para o uso na produção industrial; entre outros. Aí fica a questão: num futuro próximo existirá água para tudo isso?
Em tempos de crise hídrica, como a que ocorreu no Estado de São Paulo, em 2014, temia-se que, além da falta de água nas torneiras da população, ainda houvesse apagões na rede elétrica, devido a baixíssimo nível das águas dos rios e represas que abastecem as hidrelétricas.
A discussão sobre o uso que o Brasil faz da energia hidrelétrica e como isso afeta o meio ambiente é um debate crucial para se pensar em um futuro sustentável, pois interfere em todas as relações entre os usos e a preservação da água potável no país.
Com o intuito de contornar a escassez hídrica, novas tecnologias renováveis têm surgido no país, como a captação de energia solar e a energia eólica. No caso da energia solar é uma possibilidade ainda subaproveitada, especialmente quando paramos para analisar os níveis de radiação que recaem sobre o território nacional.
A energia eólica é um case positivo do nordeste brasileiro, que vem repetidamente batendo recordes de produção. Atualmente existem cerca de 500 parques eólicos e a perspectiva é crescer ainda mais, inserindo o Brasil como exemplo internacional nesse campo.
Desta forma, fica claro que o debate sobre as formas de produção e utilização da energia elétrica é urgente para se pensar em um futuro melhor!